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Rondônia, quinta, 19 de setembro de 2024.




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“Mini-Pantanal Paulista” enfrenta morte de peixes e usina é investigada


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O interior de São Paulo abriga uma região, uma planície inundada, conhecida como ‘pantaninho paulista“, Mini-Pantanal Paulista” ou “Pantanal Piracicabano”. Agora, a Área de Proteção Ambiental (APA) Tanquã-Rio Piracicaba, criada  em dezembro de 2018 e com uma área equivalente a 14 mil campos de futebol, está sob a atenção do Ministério Público Paulista, da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), da Agência Ambiental de Piracicaba e da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo por causa da morte de um grande volume de peixes. 

No último dia 7, a Cetesb localizou a fonte poluidora dos rios Piracicaba e Tanquã. Eles teriam sido contaminados por resíduos despejados irregularmente pela Usina São José S/A de Açúcar e Álcool, localizada em Rio das Pedras, na região.

Por meio de nota, o órgão informou ter interrompido o descarte irregular de resíduo industrial e iniciou as análises das amostras coletadas para definir as punições, que incluem multa gravíssima e encaminhamento para apuração de crime ambiental, além de ajustes de conduta por parte da empresa. Além disso, a Cetesb segue fazendo o monitoramento da operação da usina “para evitar novos despejos“. Foi exigida a”limpeza dos resíduos empoçados em alguns trechos do rio“, o que, segundo a companhia ambiental, já estaria sendo feito.

Segundo o MP-SP, no dia 8 a Cetesb confirmou haver evidências de extravasamento e de lançamento irregular de águas residuárias da Usina São José, em Rio das Pedras, que atingiram o Ribeirão Tijuco Preto, que deságua no Rio Piracicaba. Segundo o órgão ambiental, essa seria a provável causa das alterações na qualidade da água e da grande mortandade de peixes ocorrida no último domingo. No último dia 15, verificou-se que a contaminação atingiu também o Córrego da Pinga.

Nesta quarta-feira, 17, a Cetesb começou a fazer o trabalho de sobrevoos com drones para estimar a quantidade de peixes mortos nos rios.

Nome de música e fauna rica

O rio Piracicaba, que além de abastecer a cidade é atração turística na região, já foi tema de uma famosa música interpretada por duplas caipiras como Tião Carreiro e Pardinho (um dos letristas) e Tonico e Tinoco, chamada “O Rio de Piracicaba”.

A formação conhecida como “Mini-Pantanal Paulista” surgiu após a criação da barragem de Barra Bonita, na década de 1960. Hoje o local abriga famílias que vivem da pesca e conta com espécies ameaçadas de extinção, como a onça-parda, o lobo-guará, a jaguatirica e o jacaré-de-papo-amarelo, além de 94 espécies de aves aquáticas – 16 delas realizam movimentos migratórios e oito estão ameaçadas, no estado de São Paulo.

A APA abrange os municípios de Anhembi, Botucatu, Dois Córregos, Piracicaba, Santa Maria da Serra e São Pedro. Ambientalistas explicam que todas as espécies têm grande importância na conservação da biodiversidade. Com a criação da APA, o objetivo foi desenvolver ações para a melhoria e a manutenção da boa qualidade da água, conservação da avifauna e a e a biodiversidade aquática, além de promover o turismo em bases sustentáveis.

Investigação

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) afirmou que o caso é investigado como “causar poluição de qualquer natureza”. Um perito do Instituto de Criminalística e funcionários da Cetesb estiveram em região cortada pelo rio para colher provas. A SSP-SP confirmou que “uma indústria é investigada por crime ambiental” e que “a equipe da unidade prossegue com as diligências para esclarecer todas as circunstâncias”.

Ainda de acordo com o MP-SP, “além da realização de vistoria em campo, de coleta de amostras da água e dos peixes, foi solicitada a elaboração de um relatório”.

“Noticiamos tal ocorrência da mortandade de peixes à Câmara Técnica de Monitoramento Hidrológico dos Comitês PCJ, que tem auxiliado na construção de procedimentos mais ágeis, como é o caso do Plano Integrado de Proteção da Água – PIPA Piracicaba, a fim de colaborar para o enfrentamento desses episódios tão graves, que afetam o Rio Piracicaba e nossos ecossistemas aquáticos”, afirma o MP-SP. (com Agência O Globo)

Fonte: Exame

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