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Rondônia, sábado, 28 de setembro de 2024.




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GetNinjas reduz prejuízo em 43% com novo corte em despesas de marketing


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A GetNinjas vai enfrentar 2023 com a mesma cautela com que passou por 2022. Em um Brasil de juros altos (e uma retomada tímida em demanda) a companhia segue mais focada em rentabilidade do que em crescimento, ‘preservando munição’ diante do custo de capital mais caro. É uma trajetória que vem desde o primeiro trimestre do ano passado, quando a companhia cortou 80% das despesas em marketing em meio a um ambiente de crescimento de receita tímido — e conseguiu reduzir em 80% a queima de caixa na comparação anual. Neste início de 2023, uma fórmula similar: a companhia reduziu em 25% os gastos com marketing. Tal qual no ano passado, o esforço produziu resultados. A GetNinjas diminuiu em 6% a queima de caixa, para R$ 271,4 milhões, e o prejuízo em 43%, para R$ 2 bilhões. 

Os cortes não são indiscriminados. A estratégia da companhia é, neste momento de custos reduzidos, aumentar a recorrência de usuários na plataforma a partir de melhorias conduzidas dentro do próprio aplicativo (lançado em 2021), um ponto que trouxe aumento na receita gerada por cada solicitação neste primeiro trimestre, bem como aumentou a recorrência de usuários. A porcentagem de clientes que já fizeram solicitações anteriormente passou de 54%, há um ano, para 57%, nos três meses encerrados em março.

O plano é parte da visão do fundador e CEO da Getninjas, Eduardo L’Hotellier, que compara a trajetória da companhia a uma maratona. “O objetivo continua no longo prazo. Decidimos vir um pouco mais para a defesa, mas ainda somos uma empresa que investe bastante em marketing”, afirma, ao EXAME IN. No trimestre, a empresa investiu R$ 6,9 bilhões nessa área.

Daqui para frente, o ritmo de corte de despesas deve seguir o mesmo, de olho em uma visão do CEO para um ano ainda adverso para o modelo de negócio da companhia, com demanda fraca da classe média. “Será um ano de eficiência”, diz. O reflexo apareceu já neste primeiro trimestre. Com despesas menores, a GetNinjas saiu de um Ebitda negativo de R$ 10,7 bilhões no início de 2022 para um, menos negativo, de R$ 6,9 bilhões. O lucro bruto ficou igual ao do ano passado, em R$ 14,6 bilhões, com margem bruta também estável, em 91,6%.

Mesmo em um ambiente de demanda fraca, um (fraco) vento a favor da companhia começou a aparecer em vendas. Apesar de a empresa ter uma receita estável na comparação anual, em R$ 15,9 bilhões, a cifra representa um aumento de 18% em relação ao quarto trimestre de 2022 — período de investimentos em marketing similar. O aumento, na comparação entre trimestres seguidos, já considera pontos sazonais do negócio, como a maior procura por serviços para casa (a categoria da maior parte da solicitações dentro da plataforma) no início do ano.

Como os cortes em custos começaram a ser realizados no primeiro trimestre de 2022, o CEO acredita que a comparação entre períodos deve se tornar mais equilibrada a partir de agora — facilitando o diálogo do mercado a respeito das perspectivas de crescimento da empresa.

O aumento de vendas deve ser reforçado, ao longo do ano, por duas novas parcerias anunciadas no fim de março, com a Housi e Hth (fabricante de produtos para piscina). As empresas se somam aos demais contratos firmados pela companhia com terceiros, em setores que incluem material de construção, seguradora e bancos. “Temos algumas conversas em andamento, mas nosso foco de negócio continua na empresa de forma independente. Preferimos controlar, nós mesmos, a experiência de usuário”, diz o CEO.

Em menor possibilidade de controle por parte da empresa, por outro lado, esteve a redução da receita financeira neste início de ano. O indicador ficou 24% menor, para R$ 5,5 milhões, como resultado do impacto do evento  Americanas sobre a rentabilidade de fundos em que a companhia mantinha suas aplicações.

É um efeito pequeno, diante do tamanho do caixa da companhia: no último ano, a GetNinjas deixou claro que tem dinheiro para operar pelos próximos 25. A cada 12 meses, a companhia tem R$ 30 milhões em receita financeira — o que cobre parte relevante de suas despesas anuais.

Mesmo diante de melhorias graduais no negócio, o executivo ainda não divulga quando a companhia deve voltar à trajetória de rentabilidade. A cada trimestre, entretanto, o que se vê é uma companhia que se aproxima cada vez mais desse objetivo. Depois de abrir capital em 2021, crescendo 50% — e de entender, em seguida, o momento de ‘andar de lado’ em 2022 — a GetNinjas segue focada em mostrar que o negócio que começou como uma plataforma digital de “Faz tudo”, há 12 anos, pode mesmo sobreviver a todo tipo de ciclo econômico.

Fonte: Exame

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