Nacional
Ex-diretor da Conab vai à Comissão de Agricultura da Câmara explicar suspeitas sobre leilão de arroz
A Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados realizará nesta quarta-feira,3, uma audiência pública para discutir o recente leilão de arroz promovido pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e a exoneração de seu ex-diretor-executivo, Neri Geller — o evento foi solicitado pelo deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS) e está agendado para as 17 horas, com local ainda a ser definido.
Durante a audiência, será ouvido Thiago José dos Santos, ex-diretor de Operações e Abastecimento da Conab. O deputado Nogueira expressou preocupações sobre a capacidade de uma empresa pouco conhecida, com nome fantasia “Queijo Minas”, que foi incumbida de distribuir uma quantidade de arroz equivalente a quase seis navios.
Além disso, às 10h, será ouvido o ministro Paulo Pimenta, da secretaria criada para apoiar a reconstrução do Rio Grande do Sul, para discutir a proposta do governo de importar arroz. No mês passado, o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, compareceu à Comissão para prestar esclarecimentos sobre o certame.
Leilão do arroz
No começo de junho, a Conab cancelou a compra de 263,3 mil toneladas de arroz importado, justificando que as quatro empresas vencedoras não comprovaram capacidade técnica. Um novo leilão, com condições revisadas, está programado, segundo o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira.
Na sexta-feira, 28, Teixeira disse que o novo edital está pronto e será lançado em breve. “O edital deve sair na próxima quinzena, está todo revisto para a gente então submeter a sua aprovação à Casa Civil, disse.
Desde o início das enchentes no Rio Grande do Sul, que é responsável por cerca de 70% da produção nacional de arroz, o governo tem defendido a importação do cereal para evitar que uma eventual alta de preços afete os consumidores.
Segundo a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Sul (Emater/RS), as inundações recentes nas áreas produtoras do estado ocasionaram uma perda de 9% na produtividade do arroz. A estimativa inicial era de 8.325 kg/hectare, mas, com a colheita finalizada, o índice oficializado se estabelece em 7.600 kg/hectare.
Fonte: Exame