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Estudo do IPEA prevê crescimento de 18% da dívida pública em relação ao PIB
A proporção da dívida bruta do governo federal em relação ao PIB deve crescer quase 18% entre o final de 2019 e 2020. A estimativa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) é de que essa taxa, que era 75,8% em dezembro do ano passado, chegue a 93,7% no final de 2020, devido à deterioração fiscal causada pela pandemia da Covid-19.
De acordo com o Ipea, o impacto pode ser ainda maior caso os atuais programas emergenciais de apoio à economia sejam estendidos além do tempo previsto. As previsões estão na análise trimestral de conjuntura econômica, divulgada nesta terça-feira (30).
Segundo o IPEA, as estimativas do PIB, Produto Interno Bruto, para 2020 e 2021 divulgadas no início de junho estão mantidas: queda de 6% para 2020 e alta de 3,6% para 2021.
Apesar da projeção de queda de 10,5% no segundo trimestre desse ano, existe a expectativa de retomada da atividade econômica nos próximos trimestres.
O estudo aponta que o mês de abril foi considerado o “fundo do poço” devido às quedas importantes no mês de março na indústria, no comércio e nos serviços, de acordo com pesquisas mensais do IBGE.
O Diretor de Estudos e Políticas Macroeconômicas do Ipea, José Ronaldo de Castro Souza Júnior, avalia que o país precisa adotar medidas voltadas para a contenção dos gastos.
A análise mostra duas trajetórias possíveis para o problema do endividamento público: no cenário de crescimento mais baixo, a disciplina fiscal seria capaz de estabilizar a razão dívida-PIB e fazê-la cair gradualmente a partir de 2029, mas deixaria o país vulnerável a choques adversos durante longo período de tempo.
Já no cenário caracterizado por crescimento mais elevado, a dívida em proporção do PIB diminuiria a partir de 2022 chegando mais rapidamente a patamares menos arriscados.
O estudo recomenda a combinação de disciplina fiscal com um conjunto de medidas e reformas que aumentem a eficiência e a produtividade na economia brasileira.
Fonte: Ag. Brasil