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Rondônia, quinta, 27 de junho de 2024.




Nacional

Está na hora de parar de tratar o metaverso como coisa de criança


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Notícias confusas, principalmente da Meta, holding do Facebook, sobre baixo faturamento e demissão de funcionários aos milhares, não significam que o Metaverso fracassou. Afinal, o “metaverso da Meta” é apenas uma das possibilidades. Os rumos da empresa de Mark Zuckerberg não definem sozinhos a potência que a chegada da web 3.0 tem a oferecer ao mercado.

Assim como tudo na internet, as mudanças acontecem aos poucos. Até outro dia você não imaginaria usar diversos filtros para mudar sua aparência em um vídeo gravado e transmitido ao vivo, algo corriqueiro em apps como Instagram e TikToK.

Isso nada mais é que a realidade aumentada sendo naturalizada em nossas vidas. Onde acaba o ser humano e onde começa o Metaverso? E essa é apenas uma das questões que os bons profissionais de comunicação corporativa precisam se debruçar para atender às necessidades de seus clientes, sejam eles empresas ou pessoas.

Podem anotar: o próximo ano deverá ser um divisor de águas para quem trabalha com Relações Públicas. Em 2023, quem não começar a levar o metaverso a sério em seus negócios, corre sério risco de se lamentar no futuro.

O objetivo principal de toda empresa séria do ramo da comunicação empresarial a partir de agora deveria ser, antes de tudo, o desenvolvimento de experiências cada vez mais imersivas para engajar os diferentes nichos com quem se relaciona, como a imprensa, consumidores, investidores, fornecedores e colaboradores no geral.

Em breve será imprescindível se voltar à adoção de tecnologias de web 3.0, como realidade virtual, blockchain e NFTs. Assim como no caso da Meta, as oscilações nos mercados das criptomoedas não excluem uma tecnologia certeira. Pelo contrário, possuem o poder de aperfeiçoá-la.

Prever o futuro com precisão segue sendo uma tarefa impossível. Mas entender que certas tendências digitais não são moda passageira, é essencial. E, além de qualquer tecnologia, vale lembrar que por trás de todo avatar há um ser humano com ideias, sonhos, aspirações e desejos de consumo.

Ou seja, se a tecnologia assusta quem é da velha guarda do RP, as relações humanas deveriam ser tiradas de letra. Elas são novas oportunidades que surgem, jamais impedimentos.

Investir em marketing pessoal – basta observar os milhões de influenciadores que existem mundo afora – não é mais uma questão de escolha ou privacidade, é uma necessidade. Engajar e aproximar marcas e consumidores por meio de táticas de personal branding é uma concepção que revigora o PR tradicional, pois incentiva o fortalecimento de marcas pessoais e ainda estimula que o C-Level da empresa seja, ele mesmo, um canal de comunicação entre a marca e seus stakeholders.

Sabemos que é na credibilidade das personas líderes das organizações que reside o maior ativo para construir negócios sólidos e admirados. Segundo pesquisa da HootSuite, 23% das empresas com líderes ativos nas redes sociais são mais reconhecidas do que as que não têm c-levels produzindo conteúdos e compartilhando conhecimento. Mais: três entre quatro consumidores acham que a marca é mais confiável quando possui um CEO influenciador.

Por isso, uma boa gestão de RP precisa buscar quem traduza essa linguagem para as diferentes mídias que vão surgir. O ambiente é um detalhe perto do interesse imemorial da humanidade por uma boa história, desde as pinturas rupestres até os fios de Twitter. No metaverso não será diferente.

Quer um exemplo?

A Converge, unidade de negócios da R2U, startup que oferece recursos one stop shop para empresas ingressarem no metaverso, lançou recentemente um espaço multiuso batizado de “Convergeland”.

Foi através da Converge que a marca de moda masculina Reserva anunciou a “Spriz NFT Series”, a primeira coleção de tênis phygital e wearable de uma empresa brasileira no metaverso. A Converge também foi a responsável pelo primeiro case de digital twin do mercado fashion no Brasil em uma ação com seu cliente Aramis.

A moda, como podemos ver, foi uma das primeiras indústrias a perceber o quanto as atividades envolvendo a web 3.0 podem atrair consumidores, principalmente em tempos de pandemia e isolamento social. A italiana Gucci, que há décadas se reinventa com sucesso, investe pesado no setor e é uma das marcas mais amadas do planeta.

Permitir que o usuário visualize o produto desejado por meio do celular, diretamente pelo navegador, sem a necessidade de baixar aplicativos e usando tecnologia 3D, com a qual conseguirá escolher acabamentos e outros detalhes do produto e aplicá-lo, é crucial – e apenas o começo – para construir boas estratégias digitais no metaverso.

Entregar experiências imersivas e únicas, como ações de relacionamento, branding e eventos em ambientes virtuais, é só o primeiro passo de muitos. Visualizar as nuances do amanhã já é uma atividade possível e construir o metaverso de forma conjunta – onde todos se beneficiam – será certamente, para usar o chavão, o segredo do sucesso.

*Luis Claudio Allan é CEO da FirstCom Comunicação e da People2Biz

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Fonte: Exame

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