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Rondônia, sábado, 28 de setembro de 2024.




Nacional

Dólar e bolsa subiram: veja como fechou o mercado hoje (6)


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Ainda na contramão de exterior negativo, o Ibovespa alcançou nesta quinta-feira o quinto ganho consecutivo, estendendo sequência iniciada na última sexta-feira, antes do primeiro turno da eleição, e complementada nas quatro sessões seguintes com o entusiasmo em torno do perfil do Congresso eleito – especialmente o Senado – bem como pelo fôlego e mesmo vitória, no próprio domingo, de aliados ou simpatizantes do governo, nos Estados. Aqui, a retomada do petróleo após decisão, na quarta-feira, da Opep+ de cortar oferta em novembro contribuiu para manter Petrobras (ON +2,95%, PN +3,41%) entre os destaques desta quinta, acumulando ganhos de 12,95% (PN) a 13,75% (ON) na semana.

“O impacto a médio prazo deste corte na oferta ainda é incerto. Pelo lado ‘bearish’, pode-se dizer que um corte da Opep+ é um sinal de que existem preocupações significativas em torno da demanda global de petróleo e um aumento da capacidade de reserva da Opep+ retira parte do prêmio de escassez. No lado ‘bullish’, pode-se dizer que está sinalizando um forte desejo de apoiar os preços do petróleo, e qualquer oferta saindo do mercado é positiva para preços mais altos”, observa em nota Noah Barrett, analista de pesquisa de energia da Janus Henderson Investors.

Entre fatores externos e domésticos, o Ibovespa teve leve alta de 0,31%, aos 117.560,83 pontos no fechamento da sessão, saindo de abertura a 117.199,70 pontos e tocando na máxima do dia os 118.382,31 pontos, o maior nível intradia desde 12 de abril (118 615,38) – na mínima desta quinta-feira, oscilou aos 117.143,65. Faltando a sessão de sexta para a conclusão da semana, o Ibovespa acumula ganho de 6,84% no intervalo, em desempenho não visto desde o começo de novembro de 2020, quando avançou 7,42% na primeira semana daquele mês. No ano, o índice da B3 sobe 12,15%.

Embora sem realizar lucros em cima do salto de 5,54% da segunda-feira, o Ibovespa manteve desempenho bem mais tímido nas três sessões seguintes, em altas de 0,08%, 0,83% e 0,31%, de lá para cá. O giro desta quinta-feira foi a R$ 33,5 bilhões.

“O mercado segue em compasso de observação, principalmente do cenário internacional. Hoje, o dado ruim sobre pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos, acima do esperado, poderia ser lido de forma positiva, mostrando certa desaceleração (do mercado de trabalho) que contribui para a contenção da inflação. De algum forma, ajudou aqui, com o Ibovespa chegando a recuperar os 118 mil pontos durante a sessão”, diz Rodrigo Moliterno, head de renda variável da Veedha Investimentos.

“Aqui dentro ainda tem a questão eleitoral. Cada vez mais Lula acena para o centro, atraindo outros nomes da economia em seu apoio, o que contribui para acalmar o mercado, dando uma certa previsibilidade, independente de ser considerada boa ou ruim”, acrescenta Moliterno. Ele observa que as pesquisas posteriores ao primeiro turno, mesmo nos casos em que mostram diferença de quatro pontos nos votos válidos entre Lula e Bolsonaro, na faixa de 52% a 48% para a decisão do dia 30, possivelmente ainda não espelham as movimentações políticas mais recentes.

Depois dos recentes apoios de André Lara Resende e de Arminio Fraga, outros nomes associados à estabilização da inflação no País nos anos 90 manifestaram apoio à candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste segundo turno: Edmar Bacha, um dos formuladores do Plano Real e economista histórico ligado ao PSDB; o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, dos anos FHC; e Persio Arida que, além da ligação com o Plano Real, presidiu o Banco Central no início do primeiro mandato de Fernando Henrique Cardoso.

A vantagem de Lula nas pesquisas para o segundo turno contribuiu nesta quinta para o desempenho de ações do setor de educação, entre as quais Cogna (+6,85%), na ponta do Ibovespa na sessão – logo atrás de Via (+8,03%) -, com a intenção afirmada pelo candidato do PT de retomar o Fies, caso venha a ser eleito. Além de Cogna e Via, destaque nesta quinta-feira para IRB (+6,67%), Méliuz (+6,30%) e Yduqs (+4,98%).

No lado oposto, pesos-pesados como Vale (ON -1,83%) e Bradesco PN (-2,06%), em realização de lucros que contribuiu para minguar o desempenho do Ibovespa em direção ao fechamento do dia, majoritariamente negativo para os grandes bancos, à exceção de BB (ON +1,78%).

“A melhora dos indicadores econômicos e o valuation atrativo favorecem os ativos de risco no Brasil. Mas, após quase 10% de valorização do índice Bovespa em cinco dias (desde a última sexta-feira), o momento é de atenção para encontrar alguma oportunidade que tenha ficado esquecida”, aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.

Taxas de juros de longo prazo têm leve alta com Treasuries, câmbio e petróleo

Os juros futuros voltaram a fechar nesta quinta-feira com taxas estáveis nos vencimentos de curto prazo e viés de alta nos demais prazos, numa sessão sem destaques, com o mercado operando novamente a reboque do ambiente externo, onde os rendimentos dos Treasuries continuaram avançando, o dólar manteve-se firme ante outras moedas e o petróleo ampliou ganhos. O clima em geral foi de cautela antes da divulgação do relatório de emprego dos Estados Unidos na sexta-feira. Internamente, o fator a adicionar pressão foi o leilão de prefixados com aumento de mais de 100% no risco para o mercado (DV01), com a agenda de indicadores e noticiário eleitoral apenas como pano de fundo.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou em 12,74%, de 12,73% no ajuste anterior, e a do DI para janeiro de 2025, em 11,56%, de 11,51%. A do DI para janeiro de 2027 subiu de 11,30% para 11,34%.

Um dia antes da divulgação do payroll, a sinalização dada pelo avanço nos pedidos semanais de auxílio-desemprego americanos acima do esperado foi de que o mercado de trabalho pode estar esfriando, mas ainda assim o retorno dos Treasuries e o dólar subiram. O movimento foi sustentado por mais discursos hawkish de dirigentes do Federal Reserve e, no caso da moeda americana, também pela fraqueza da libra. De maneira geral, prevalece o cenário de muita incerteza sobre até onde o Federal Reserve poderá chegar com o aperto monetário.

Para o economista-chefe da Azimut Brasil Wealth Management, Gino Olivares, a curva doméstica está com o comportamento muito mais atrelado ao exterior do que a fatores locais. “Os DIs para janeiro de 2024, janeiro de 2025 e janeiro de 2027 têm replicado o que acontece com os Treasuries”, afirma. “O que temos de diferente aqui é que a desinflação nos últimos meses têm sido mais intensa do que o esperado. O IGP-DI está hoje aí para mostrar”, disse. A variação negativa de 1,22% do índice em setembro foi maior do que indicava o piso das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast (-0,97%). No fim da tarde, a taxa da T-Note de 10 anos estava na casa de 3,81% e a de dois anos, em 4,22%.

Os preços do petróleo também ganharam terreno, ainda amparados na decisão da Opep+ de reduzir a oferta e 2 milhões de barris por dia a partir de novembro. “Este corte manterá os preços em níveis muito próximos aos atuais, com o risco de voltarmos a três dígitos se virmos sinais de melhoria da demanda global”, afirma Noah Barrett, analista de pesquisa de Energia e Serviços Públicos da Janus Henderson.

Este cenário afetaria ainda mais os preços internos dos combustíveis, já defasados ante o exterior. No podcast Diário Econômico, o economista-chefe do Banco Original, Marco Caruso, comenta que a gasolina estaria com defasagem de 11% e o diesel, em 13%. “Ou seja, é pressão por mais reajuste”, disse. A orientação do governo, porém, segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, é de segurar aumentos até o fim do segundo turno.

A quinta-feira foi de leilão do Tesouro, com a oferta de 12,5 milhões de LTN e de 1,250 milhão de NTN-F absorvida integralmente. O risco para o mercado foi 105,4% acima do visto no leilão passado, segundo a Renascença DTVM.

Dólar volta a superar R$ 5,20 com cautela em véspera de payroll nos EUA

O dólar subiu no mercado de câmbio doméstico na sessão desta quinta-feira, 6, e voltou ao nível de R$ 5,20, acompanhando a onda de fortalecimento da moeda americana no exterior. Investidores adotam uma postura cautelosa em meio a falas duras de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e à expectativa pela divulgação na sexta-feira do relatório de emprego americano (payroll) de setembro, que pode levar a um rearranjo das expectativas para a magnitude do aperto monetário nos Estados Unidos.

Por aqui, o mercado digeriu sem maiores sobressaltos a divulgação de pesquisas de intenção de voto para o segundo turno da eleição presidencial, que trouxeram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na liderança. Governadores como Ronaldo Caiado (Goiás) e Mauro Mendes (Mato Grosso) declararam, como esperado, apoio à reeleição de Jair Bolsonaro (PL), enquanto economistas responsáveis pelo Plano Real e ligados ao governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), entre eles o ex-ministro da Fazenda Pedro Malan, declararam voto no petista. Em nota, Lula agradeceu o apoio dos economistas. A equipe econômica do petista e a futura âncora fiscal em eventual governo, contudo, ainda permanecem uma incógnita.

Afora uma queda momentânea e limitada pela manhã, atribuída por operadores a fluxo pontual de recursos externos, o dólar operou com sinal positivo ao longo de toda a sessão. Com oscilação de apenas cerca de quatro centavos entre a mínima (R$ 5,1765) e a máxima (R$ 5,2189), a moeda fechou cotada a R$ 5,2099, em alta de 0,50%. Apesar de ter subido na quarta-feira e nesta quinta, o dólar apresenta desvalorização de 3,42% na semana, graças à baixa de 4,09% na segunda-feira, 3, primeiro pregão após primeiro turno.

“O principal pano de fundo para o dólar subir hoje é externo com a expectativa pelo payroll amanhã e o tom duro do Fed, apesar dos temores de recessão”, afirma Letícia Cosenza, especialista em renda fixa da Blue3, acrescentando que, no campo doméstico, o clima também é de cautela, após o mercado ter recebido bem o resultado das eleições, sobretudo a composição do Congresso.

Entre os indicadores do dia, destaque para os pedidos de auxílio desemprego nos EUA, que subiram 29 mil na semana encerrada no dia 1º de outubro, para 219 mil, acima do esperado por analistas (203 mil solicitações). Em tese, sinais de desaquecimento do mercado de trabalho abririam espaço para uma alta menos agressiva dos juros nos EUA

“Apesar de outro dado de mercado de trabalho favorável, a forte depreciação da moeda americana na semana e o fato de ser véspera da divulgação dos dados de geração de emprego nos EUA explicam a valorização do dólar”, afirma o especialista em mercados internacionais do C6 Bank, Gabriel Cunha, ressaltando que o real tem tido um bom desempenho nos últimos dias e nesta quinta se deprecia menos que seus pares. (Estadão Conteúdo)

Fonte: O tempo

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