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Com isolamento, São Paulo evitou número maior de óbitos, diz coordenador
O isolamento social em São Paulo evitou que o Estado tivesse, neste momento, 950 mil casos de coronavírus e evitou também 65 mil mortes que poderiam ser registradas até o final de maio. Com isso, o Estado tem hoje 89 mil casos e 6.700 mil óbitos. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (27) por Dimas Covas, diretor do Instituto Butantã e atual coordenador do Centro de Contingência do Coronavírus.
“Isso mostra o quão efetivas foram as medidas de isolamento”, disse. A quarentena em São Paulo foi adotada no dia 24 de março e nesta quarta (27) ampliada até o dia 15 de junho, mas já prevendo a retomada das atividades no estado a partir do dia 1º de junho, de forma gradual e regionalizada pelo estado.
“As medidas de isolamento são a única ferramenta que dispomos para enfrentar essa pandemia. Nós não temos medicamentos nem procedimentos que sejam capazes de desativar o vírus. O isolamento é a única forma de colocarmos o vírus fora de circulação”, disse Dimas Covas.
Segundo a secretária de Desenvolvimento Econômico, Patricia Ellen, a curva de contágio hoje no Estado paulista “é dez vezes menor”. “Estamos verificando uma desaceleração do crescimento da epidemia. Ainda estamos, sim, na etapa de crescimento, mas com um crescimento em ritmo menor”, afirmou.
Ontem (26), a taxa atingiu 47%, abaixo do mínimo esperado pelo governo, estabelecido em 55%. Quanto mais alta, menor a propagação do vírus e menor a quantidade de pessoas necessitando de leito de Unidades de Terapia Intensiva (UTI). Na capital paulista, a taxa chegou na terça (26) a 49%.
Prefeitura
Segundo o prefeito de São Paulo, Bruno Covas, vidas foram poupadas. “Salvamos 30 mil vidas que teriam sido perdidas se a gente não tivesse tido a preocupação de conter a atividade econômica, isolar as pessoas e ampliar a atenção na área de saúde. De cada dez pessoas atendidas na rede municipal, nove são salvas”, disse o prefeito.
A cidade de São Paulo tem hoje 174.022 casos suspeitos de coronavírus, com 51.852 casos confirmados. A Covid-19 já matou 3.421 pessoas. O total de curados chegou a 53.541 pessoas. Segundo o prefeito, 100 mil pessoas na cidade estão sendo monitoradas no momento.
A taxa de ocupação de leitos de UTIs em hospitais municipais estava ontem em 85%. “Estamos desde o dia 5 de maio trabalhando nessa faixa. São mais de três semanas em que o índice fica entre 85% e 92%, mostrando que temos conseguido, com a ampliação de leitos de UTI na cidade de São Paulo, manter a taxa média de ocupação”, disse.
A taxa média de crescimento de casos de coronavírus na cidade está em 3,1%. No dia 17 de março, era de 17,4%. Já a taxa de transmissão, ou taxa de contágio, está hoje em 1, ou seja, uma pessoa infectada transmite o vírus para uma pessoa. Segundo o prefeito, desde o dia 18 de maio, a cidade vem demonstrando uma certa estabilidade no número de mortes, de cerca de 520 óbitos por dia.
O ex-secretário executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, está compondo agora o Centro de Contingência do Coronavírus.
Em entrevista nesta quarta, no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, ele disse que, no início, São Paulo correspondia a 68% dos casos do país e hoje é responsável por 22% dos casos. “Em relação aos óbitos, a mesma situação. São Paulo correspondia a 68% do total de casos no país,e caiu para 26% agora”, disse.
Fonte: O tempo