Conectado por
Rondônia, sexta, 20 de setembro de 2024.




Nacional

Com ameaça de ataque do Irã, Exército de Israel afirma estar ‘no mais elevado nível de prontidão’


Compartilhe:

Publicado por

em

As autoridades militares de Israel afirmam que o país está em “alerta elevado” para o risco de um ataque vindo do Irã, em resposta ao assassinato do líder político do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, na capital iraniana em julho. A Casa Branca afirma que a ação poderia acontecer “ainda esta semana”, no momento em que governos de todo o mundo tentam ao menos reduzir a resposta iraniana, apontada como “inevitável” por Teerã.

Durante entrevista coletiva, o porta-voz das Forças Armadas, Daniel Hagari, afirmou que “está rastreando os inimigos e acontecimentos ao redor do Oriente Médio, em especial ligados ao Irã e ao Hezbollah”, se referindo à milícia libanesa aliada de Teerã. Ele confirmou que as patrulhas aéreas sobre o Líbano foram intensificadas “para detectar e interceptar ameaças” — na semana passada, caças israelenses sobrevoaram a capital libanesa, Beirute, a baixa altitude e por vezes quebrando a barreira do som.

— Nós levamos as declarações de nossos inimigos a sério, e já estamos preparados no mais elevado nível de prontidão para defesa e ataque — afirmou, apontando que não há, neste momento, mudanças nas orientações à população. — Vamos alertar [o público] o mais cedo possível, mas sem dar aos nossos inimigos uma vantagem de inteligência ou operacional.

Antes da coletiva, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, Herzi Halevi, aprovou um plano de ações ofensivas e defensivas, que já está sendo implementado em suas primeiras etapas, e que prevê planos de batalha “em várias frentes”.

— Estamos nos dias de vigilância e prontidão. As ameaças de Teerã e Beirute podem se materializar e é importante explicar a todos que prontidão, preparação e vigilância não são sinônimos de medo e pânico — disse o ministro da Defesa, Yoav Gallant, em uma reunião da Comssão de Relações Exteriores e Defesa do Knesset, o Parlamento israelense. — Nos últimos dias, temos dedicado nosso tempo tanto para fortalecer as defesas quanto para criar opções ofensivas em resposta, e também como uma iniciativa, se necessário, em qualquer lugar e em qualquer região, com o objetivo principal sendo a proteção dos cidadãos do Estado de Israel.

Desde o atentado que matou Haniyeh em Teerã, horas depois da posse do novo presidente, o reformista Masoud Pezeshkian, a ameaça de uma resposta iraniana a Israel paira no ar não como uma possibilidade, mas como uma certeza. Em abril, depois de um bombardeio contra o consulado iraniano em Damasco, também atribuído aos israelenses, o Irã lançou centenas de drones e mísseis contra Israel, em sua maioria interceptados pelos sistemas locais e por aliados como EUA, França e Reino Unido.

Com o assassinato, visto como um fracasso de inteligência e segurança dos iranianos, Teerã sabe que precisa dar uma resposta, até para não passar uma imagem de fraqueza para seus aliados regionais e até para os rivais. Contudo, a forma como isso acontecerá ainda é um mistério.

No fim de semana, Gallant conversou com o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, e disse ter informações sobre preparativos para um ataque de grande porte vindo do Irã. Segundo o Wall Street Journal, a inteligência americana reuniu informações sobre movimentações de equipamentos militares dentro do Irã, mas apontou que isso não necessariamente significa um ataque iminente. Desde a semana passada, o Pentágono determinou que mais um porta-aviões, o USS Abraham Lincoln, que transporta a bordo caças F-35, e um submarino nuclear, o USS Georgia, fossem para o Oriente Médio. A Casa Branca, ao lado de aliados europeus, também tem reiterado seu compromisso com a defesa de Israel.

— Nossa avaliação é similar à apresentada pelos israelenses no final de semana, em termos do que estamos esperando ver — disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, apontando que “algo pode acontecer ainda esta semana vindo do Irã ou seus aliados”. Além da defesa de Israel, Washington teme que milícias aliadas a Teerã no Iraque e Síria ataquem suas forças nestes países, como os que ocorreram na semana passada e que deixaram vários militares feridos.

Na frente diplomática, países aliados e rivais têm pressionado o Irã para calibrar sua resposta e evitar uma catastrófica guerra regional. Nesta segunda-feira, os líderes de EUA, Reino Unido, França, Alemanha e Itália emitiram um comunicado no qual apelam a Teerã que “recue em suas ameaças contínuas de um ataque militar contra Israel e discuta as sérias consequências para a segurança regional caso tal ataque ocorra”.

O texto, que não menciona o atentado contra Haniyeh, também defende um acordo de cessar-fogo em Gaza, um argumento usado por diplomatas para tentar dissuadir as lideranças iranianas. Até agora, sem sucesso, ao menos em público.

“Embora enfatize a resolução de problemas através do diálogo, o Irã nunca se submeterá à pressão, às sanções, ao assédio e à agressão e, em linha com as normas internacionais, se reserva o direito de responder aos agressores” afirmou Pezeshkian, em comunicado emitido pela agência Irna, após conversa com o chanceler alemão Olaf Scholz, nesta segunda-feira.

Fonte: Exame

Publicidade
QUEIMADAS - GOVERNO RO

Mais notícias

Compartilhe: