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Rondônia, sexta, 13 de setembro de 2024.




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Ciclos econômicos e migração marcaram a história de Porto Velho desde a sua criação


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Historiador destaca avanços, contribuições e perspectivas do município

Pátio da EFMM foi ponto de partida para expansão populacional de Porto VelhoPátio da EFMM foi ponto de partida para expansão populacional de Porto Velho

Há mais de 100 anos, um trecho do rio Madeira presenciava o início de uma rápida povoação, desencadeada pela chegada de um empreendimento que mudaria para sempre esta região da Amazônia. No dia 2 de outubro de 1914, essa história ganhava um novo capítulo com a criação do município de Porto Velho.

Historiador da Universidade Federal de Rondônia (Unir), o professor Dante Ribeiro da Fonseca define esse momento como o embrião do que hoje é a capital de Rondônia. “Essa povoação começa a surgir justamente em torno do pátio da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. Ali tínhamos comerciantes, trabalhadores da ferrovia e outros povos que começaram a dar rosto a Porto Velho que, de fato, só começa a se constituir como cidade a partir do ano de 1919. A partir daí, este jovem município começa a ser construído por vários ciclos que vão marcar, profundamente, a nossa história”, define o historiador.

Historiador detalha ciclos econômicos e migrações para Porto Velho Historiador detalha ciclos econômicos e migrações para Porto Velho

A matéria-prima responsável pelo primeiro ciclo econômico pós criação foi o látex. Instigada pelo avanço da 2ª Guerra Mundial, a região retoma a produção de borracha. “É neste momento que presenciamos a chegada de muitos migrantes nordestinos que vão ser responsáveis pela construção da identidade e cultura da cidade. É nesse período que bairros tradicionais, como o Arigolândia e o Mocambo, começam a surgir”, detalha o professor.

Com o fim do conflito mundial, o interesse estrangeiro pela borracha também acabou. É na década seguinte que outro evento promete transformar, para sempre, a história do município, quando Porto Velho passa a se tornar a capital do então Território Federal do Guaporé e, posteriormente, Território Federal de Rondônia.

AUMENTO POPULACIONAL

O novo status traz a Porto Velho uma série de investimentos estruturais, como a construção do Palácio Getúlio Vargas e do prédio que, futuramente, abrigaria a Unir. Mas é nos anos de 1970 e 1980 que três fatores impulsionam um crescimento populacional vertiginoso: a criação do Estado de Rondônia, a corrida pelo ouro fluvial e a oferta de terras para a agropecuária.

Cidade experimentou rápido crescimento nos últimos anosCidade experimentou rápido crescimento nos últimos anos

“Estima-se que este tenha sido um dos maiores aumentos populacionais do mundo. É aqui que vamos começar a ter o crescimento desordenado de bairros em Porto Velho, principalmente nas zonas Sul e Leste, por meio de invasões. Um movimento que vai diminuir a partir dos anos de 1990 para 2000”, afirma.

USINAS

Na sua história mais recente, Porto Velho ainda teria a chegada da construção de duas usinas hidrelétricas que impactaram a economia, infraestrutura e população da cidade como um todo.

“O que a gente percebe é que Porto Velho tem em seu DNA essa tradição de crescer a solavancos, de viver por meio de ciclos e isso nos traz muitos desafios, principalmente para o poder público, sobre como acomodar e gerenciar tudo isso. O que assistimos, nos últimos anos, foi uma recuperação de investimentos e obras antes paralisadas. Por tudo isso, eu enxergo o futuro de Porto Velho com muito otimismo e com muita coisa a se celebrar nos próximos aniversários”, finaliza o historiador.

Texto: Pedro Bentes
Foto: Leandro Morais e Felipe Ribeiro

Superintendência Municipal de Comunicação (SMC)

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