Nacional
Bolsonaro: “Se estivesse armando, Milton não teria botado na agenda oficial”
O presidente Jair Bolsonaro (PL) se pronunciou, após quatro dias, sobre o escândalo envolvendo o ministro da Educação Milton Ribeiro.
Na live desta quinta-feira (24), ao lado da ministra e evangélica Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos), Bolsonaro defendeu que Ribeiro “tomou providências” e que se estivesse “armando”, não teria colocado os compromissos com os pastores lobistas na agenda oficial.
“Eu não posso, ninguém pode, pegar alguém: ‘oh, você está desviando’, tem que ter prova, senão é uma ação contra a gente. O Milton tomou as providências. Disseram que tinha ali 19 agendas, se ele estivesse armando, não teria botado na agenda oficial que é aberta ao público, é muito simples”.
Lendo um papel, o presidente detalhou quais foram as providências tomadas pelo ministro: “A CGU, Controladoria-Geral da União, recebeu em 27 de agosto do ano passado documentos enviados pelo ministro Milton Ribeiro relativos a duas denúncias sobre possíveis irregularidades do ministério, exatamente o caso que está na mídia”.
“A Controladoria, por seis meses investigou o caso e chegou à conclusão de que não tinha a participação de nenhum servidor público, zero. E resolveu no dia 3 março agora, 21 dias atrás, encaminhar essas peças para a Polícia Federal. Anteontem, quase no dia da divulgação, foi mandado para a Polícia Federal”, continuou o presidente.
Por fim, arrematou: “Ou seja, o que nós temos feito aqui? Por que não tem corrupção no meu governo? Porque a gente age dessa maneira, a gente sempre está um passo à frente”.
Entenda o escândalo envolvendo o MEC e o ministro Milton Ribeiro
O chamado “gabinete paralelo” do MEC foi denunciado por uma série de reportagens dos jornais O Estado de S. Paulo, Folha de S. Paulo e O Globo, ao longo desta semana.
Os pivôs do escândalo são o ministro Milton Ribeiro e dois pastores evangélicos, Arilton Moura e Gilmar Santos, que não possuem função oficial no governo Bolsonaro, mas agem como lobistas para liberação de verbas para prefeituras.
Em um áudio divulgado pela Folha de S. Paulo na segunda-feira (21) mostrou Ribeiro admitindo que entre as prioridades do MEC está o favorecimento de prefeitos “amigos de Gilmar”, atendendo a “pedido especial do presidente Bolsonaro”, que também é próximo aos religiosos.
Em outra reportagem, divulgada pelo O Globo nesta quinta-feira, prefeitos denunciaram que os pastores pedem propina, inclusive com pagamento em ouro, para liberar verbas do MEC.
Cármen Lúcia, ministra do STF, autorizou abertura de inquérito contra Milton Ribeiro
A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a abertura de inquérito contra o ministro da Educação, Milton Ribeiro. A decisão é da noite desta quinta-feira (24) e atende ao pedido do procurador-geral da República, Augusto Aras.
A medida judicial foi motivada por denúncias de favorecimento do governo federal na liberação de verbas. De acordo com reportagens, os pedidos chegaram na pasta da Educação por meio dos pastores Gilmar Santos e Arilton Moura.
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Fonte: O tempo