Nacional
Bolsonaro diz a empresários que “dois ou três de outro poder enchem o saco”
Sem citar os nomes, como de costume, o presidente da República Jair Bolsonaro (PL) fez críticas aos três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que integram o Tribunal Superior Eleitoral (TSE): Luís Roberto Barroso, que presidiu o TSE; Edson Fachin, que é o atual presidente da Corte Eleitoral; e Alexandre de Moraes, principal desafeto de Bolsonaro, que irá presidir o TSE em setembro, durante o período eleitoral.
As críticas foram feitas durante almoço com empresários, em agenda desta segunda-feira (4) no Rio de Janeiro. Em seu pronunciamento, o mandatário pediu aos presentes que deixem de anunciar em veículos da imprensa que ele considera mentirosos.
“Peço a vocês, órgãos de imprensa que mentem o tempo todo, não anunciem nesses órgãos de imprensa. É a maneira que nós temos de realmente mudar o destino do Brasil. Não podemos avançar com mentiras. Falhas, temos. Nós nos corrigimos quando se faz necessário”, afirmou e prosseguiu com a crítica indireta aos ministros.
“E não é só a imprensa, tem dois ou três de outro poder que ficam enchendo o saco o tempo todo. Não admitem a gente trabalhar em paz no nosso país. Dizer a todos vocês, vocês não serão ninguém se faturarem muito, mas se perderem a liberdade de cada um. O Brasil passa a não ter futuro, vocês passam a ser pessoas infelizes”, disse.
Depois de um período de trégua na crise entre os poderes, marcado pelo episódio da carta de recuo escrita por Bolsonaro com a ajuda do ex-presidente Michel Temer, o chefe do Executivo tem demonstrado ignorar os conselhos do comitê de sua campanha pela reeleição para que evite o embate com o STF.
Na última quinta-feira (31), durante discurso em cerimônia no Planalto, Bolsonaro atacou as urnas eletrônicas e sinalizou que vai tomar alguma atitude sobre as eleições, mas não disse o que será feito.
“Sei da minha responsabilidade, mas sei que se eu não decidir, todos sofrerão com isso, ou quase todos, porque tem uma minúscula parte que vai se beneficiar. Aprendi desde cedo que pior que uma decisão mal tomada é uma indecisão. Não pode ter conselheiros ao teu lado dizendo calma, espere o momento oportuno. Calma é o cacete, porra”, arrematou.
Para Bolsonaro, não há corrupção no governo
No mesmo almoço com empresários desta segunda, o presidente também voltou a se defender sobre os escândalos de corrupção, com a versão de que no seu governo isso não existe.
“Estamos há três anos e três meses sem corrupção. Me acusaram de corrupção na questão da Covaxin. Ora porra, se eu não comprei uma vacina e não paguei em dólar, como é que eu sou um corrupto?”, afirmou, sem citar outro caso mais recente de escândalo envolvendo o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
Na quinta-feira (31), Ribeiro confirmou, em depoimento à Polícia Federal, que o presidente da República pediu a ele para receber pastores lobistas.
“Temos gente trabalhando em cada ministério com lupa nos contratos. Por isso não tem corrupção. Se um dia aparecer a gente vai pro pau. Agora acusações, dessa natureza? O que querem com isso? Voltar o Brasil a ser o que era antes?”, declarou.
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Fonte: O tempo


