Bolsonaro admite interferência no Iphan para favorecer apoiador

O presidente da República, Jair Bolsonaro, admitiu nesta quarta-feira (15), que interferiu no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) para beneficiar o empresário Luciano Hang, aliado de Bolsonaro em Santa Catarina que pretende entrar na política em 2022 e já conta com o apoio do presidente.

Durante discurso no evento promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Bolsonaro comentou duas trocas de chefias: no Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) e no Iphan, órgão vinculado ao Ministério do Turismo, pasta sob comando de Gilson Machado.

“Há pouco tempo, tomei conhecimento que uma obra de uma pessoa conhecida, Luciano Hang, tava fazendo mais uma loja e apareceu um pedaço de azulejo durante as escavações. Chegou o Iphan e interditou a obra. Liguei pro ministro da pasta: ‘que trem é esse?’, que eu não sou tão inteligente como os meus ministros”, disse o presidente. 

“Que que é Iphan, com PH? Explicaram pra mim, tomei conhecimento, ripei todo mundo do Iphan, botei outro cara lá”. Sob aplausos e risos, o presidente continuou: “O Iphan não dá mais dor de cabeça pra gente. E quando eu ripei o cara do Iphan, o que teve de político querendo uma indicação não tava no gibi. Daí eu vi realmente o que pode fazer o Iphan”.

Essa não é a primeira vez que Bolsonaro se esforça para mudar regras de órgãos fiscalizadores. O presidente promove, por exemplo, o desmonte na fiscalização ambiental realizada pelo Ibama e ICMBio para liberar a prática do garimpo ilegal em áreas de preservação e invasão de territórios indígenas para criação de gado.

Além disso, Bolsonaro tem comemorado, em discursos, a redução da quantidade de radares de velocidade em rodovias, que ocorreu durante a atual gestão.

O chefe do Executivo federal também tem o hábito de não usar capacete quando está pilotando moto nas motociatas que convoca pelo país.

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