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Argentina: inflação sobe 12,7% em setembro e beira 140% em 12 meses
O índice de preços ao consumidor da Argentina teve crescimento de 12,7% em setembro, na comparação com agosto, informou nesta quinta-feira, 12, o Instituto Nacional de Estatística e Censos (Indec). O resultado representa uma aceleração, já que em agosto o índice ficou em 12,4%.
Na comparação somando os últimos 12 meses, o avanço foi de 138,3% em setembro. O resultado também mostra aceleração, depois de uma alta anual de 124,4% em agosto.
Há temores no mercado argentino de que a inflação de outubro seja ainda maior, por conta da disparada do dólar no mercado paralelo. A cotação chamada de blue superou 1.000 pesos por dólar nesta semana, pela primeira vez na história. Nesta quinta, 12, houve recuo e o dólar blue fechou o dia a 980 pesos.
A alta da moeda americana e da inflação ocorre em meio à campanha eleitoral para a escolha de um novo presidente. Javier Milei, candidato que lidera as pesquisas para as eleições presidenciais, defende dolarizar a economia e tem feito ataques contra o peso. Na segunda, 9, ele disse, em resposta a um questionamento sobre investimentos com a moeda nacional, “Jamais em pesos, o peso é uma moeda que não vale nem como esterco, esses lixos não valem nem como adubo”, afirmou.
Na quarta, 11, o presidente Alberto Fernández entrou na Justiça contra Milei, por acusá-lo de intimidação pública, com base em suas declarações contra a moeda nacional. No processo, Fernández defende que as falas “constituem uma afronta severa ao sistema democrático que nos rege como país, redudando em uma gravidade institucional inusitada para a República”. O caso será analisado pela Justiça Federal do país.
“A casta tem medo. A liberdade avança. Viva a liberdade, c******”, escreveu Milei em uma rede social, após ser processado.
Eleições na Argentina
O primeiro turno da eleição presidencial na Argentina será realizado em 22 de outubro. Segundo um compilado das últimas pesquisas divulgadas entre o fim de agosto e 1º de outubro, elaborado pelo jornal “El País”, Milei tem atualmente 35,3% dos votos, ante 30% de Sergio Massa, candidato governista e de esquerda, e 25,9% de Patrícia Bullrich, de centro-direita e ligada ao ex-presidente Mauricio Macri (2015-19).
Se os percentuais se mantiverem, haverá segundo turno entre Milei e Massa, a ser disputado em 19 de novembro. No domingo, 8, houve o segundo e último debate entre os candidatos, marcado por uma série de ataques entre eles.
Com AE.
Fonte: Exame