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Rondônia, segunda, 30 de setembro de 2024.




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Play: “Funk.Doc” é uma aula de brasilidade e contra o preconceito


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Por Danilo Vicente*

“Gosto de tudo quanto é música, menos de funk”. Cansei de ouvir esta frase, focada no ritmo carioca. É verdade que há um bom tempo não é mais comum ouvi-la, mas por muitos anos pairou em rodas de conversas. Criticar o funk era protocolar no convívio de um homem branco de classe média em São Paulo. Hoje não é mais. Ainda bem.

O funk extrapolou fronteiras. Do Rio de Janeiro partiu para todo o Brasil e para o exterior. E deixou de ser um ritmo indicado como próximo à criminalidade. Consolidou-se como o principal representante brasileiro da música, gostem ou não disso. É o que a série documental “Funk.Doc: Popular & Proibido”, na HBO, traz de maneira magistral.

Produção de Kondzilla, reúne grandes nomes do funk brasileiro, como Mr. Catra, em uma de suas últimas entrevistas, MC Rebecca, Ludmilla, DJ Renan da Penha, DJ Marlboro, Valesca, MC Carol, Lellê, MC João, Deize Tigrona, MC Guimê, Buchecha… e por aí vai. Falta Anitta, é verdade, mas são ícones que abordam a chegada e a adaptação brasileira a uma onda de Miami, nos Estados Unidos, que pode ter tido origem na Alemanha.

São seis episódios. Se o preconceito obrigava o funk a se refugiar nas periferias, com a sociedade impondo sinônimo do ritmo à criminalidade, hoje ele ocupa campanhas publicitárias e festas internacionais. É uma peça fundamental para entender a identidade brasileira.

Há depoimentos marcantes. Deise Tigrona conta por que, no auge, deixou tudo para trás, um depoimento pesado. Hermano Viana, irmão do Herbert dos Paralamas do Sucesso, é quem trata tecnicamente o assunto. Ludmilla brilha (azar de Anitta).

“Funk.Doc: Popular & Proibido” é muito bem editado, daquelas séries de maratonar facilmente. Mais do que entretenimento, é obrigatório para entender música brasileira… e Brasil.

*Danilo Vicente é sócio-diretor da Loures Comunicação

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Fonte: Exame

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