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Dólar fica estável e bolsa registra alta confira como fechou o mercado hoje (25)
As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta quinta-feira, 25, acompanhando modestos ganhos em Wall Street, enquanto investidores aguardam o início do simpósio do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA) em Jackson Hole.
Liderando os ganhos na região, o índice Hang Seng saltou 3,63% em Hong Kong hoje, a 19.968,38 pontos, impulsionado por ações de tecnologia e após retomar negócios que ficaram suspensos por algumas horas devido a um alerta de tufão.
Em outras partes da Ásia, o japonês Nikkei subiu 0,58% em Tóquio, a 28.479,01 pontos, o sul-coreano Kospi avançou 1,22% em Seul, a 2.477,26 pontos, e o Taiex garantiu alta de 0,87% em Taiwan, a 15.200,04 pontos. Na Coreia do Sul, agradou o fato de o BC local elevar seu juro básico em 25 pontos-base, a 2,50%, após um inesperado aumento de 50 pontos-base em julho.
Na China continental, o Xangai Composto também ficou no azul, com ganho de 0,97%, a 3.246,25 pontos, mas o menos abrangente Shenzhen Composto caiu 0,24%, a 2.155,14 pontos, em meio a preocupações com a pior onda de calor no país em seis décadas.
O tom majoritariamente positivo da região asiática veio após as bolsas de Nova York subirem de forma modesta ontem, apagando parte das perdas que acumularam na expectativa para o simpósio anual do Fed em Jackson Hole (Wyoming), que começa hoje, mas terá como ponto alto discurso do presidente do BC americano, Jerome Powell, nesta sexta-feira (26).
A grande dúvida é se o Fed elevará juros em 75 pontos-base pela terceira vez consecutiva, em setembro, ou se poderá optar por um ajuste mais moderado, de 50 pontos-base. Dados mostraram que a inflação dos EUA desacelerou, mas permanece em níveis muito acima da meta oficial de 2% do Fed.
Na Oceania, a bolsa australiana seguiu favorecida por balanços positivos de empresas locais, e o S&P/ASX 200 avançou 0,71% em Sydney, a 7.048,10 pontos.
Com NY, Ibovespa sobe 0,56%, aos 113,5 mil pontos, na véspera de Powell
Mesmo com moderada realização de lucros em Petrobras (ON -1,01%, PN -1,07%) em dia de recuo para o petróleo, o desempenho de Vale (ON +1,94%) e dos grandes bancos (BB ON +2,38%, máxima do dia no fechamento; Itaú PN +1,24%) assegurou mais um leve avanço para o Ibovespa, em semana de fluxo acomodado pela expectativa em torno de Jerome Powell, presidente do BC norte-americano, que falará nesta sexta-feira no simpósio de Jackson Hole. Enquanto o mundo aguarda sinais sobre os juros dos Estados Unidos, o Ibovespa subiu nesta quinta-feira 0,56%, a 113 531,72 pontos, entre mínima de 112.768,19 e máxima de 114 156,20, saindo de abertura aos 112.897,84 pontos.
Na semana, a referência da B3 ganha 1,83%, colocando a alta do mês a 10,05% e a do ano a 8,31%. O giro financeiro ficou em R$ 23,8 bilhões na sessão.
“A Bolsa tem mostrado recuperação mesmo sem ajuda da Vale, negociada ainda abaixo de R$ 70 no ano, ON ainda cede 3,27%. Tem havido fluxo para a B3 e, com o S&P 500 no nível em que está, ainda há como atrair recursos, com os descontos que ainda se tem por aqui. Mas o Ibovespa tem estado mais lateralizado nessas últimas sessões, à espera também do que Powell dirá em Jackson Hole. Existe expectativa para uma narrativa mais ‘hawkish’, dura, do Fed o BC americano”, diz Erminio Lucci, CEO da BGC Liquidez. “A inflação mostrou moderação recentemente nos Estados Unidos, mas o mercado de trabalho está muito ajustado, com taxa de desemprego bem baixa, em nível pré-pandemia, e crescimento real da renda salarial”, acrescenta
Assim, com foco total no cenário externo, o noticiário doméstico segue em segundo plano, mesmo nesta semana de entrevistas dos candidatos à presidência em horário nobre da TV Globo – nesta quinta-feira, a expectativa era para o ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no JN. “A volatilidade que se antecipava para o período eleitoral ainda não veio, ao contrário de outros anos. O externo tem ditado, muito mais do que o doméstico. Não há ainda muita clareza, indicação sobre a economia, e é provável que se venha a ter isso apenas depois de outubro. O mercado então aguarda, não tem como colocar no preço agora”, observa Lucci.
Além da expectativa para Powell na sexta, os investidores puderam acompanhar nesta quinta a segunda leitura sobre o PIB dos Estados Unidos no segundo trimestre, em retração anualizada de 0,6% ante estimativa inicial, um mês atrás, de contração de 0,9%.
Aqui, “os juros futuros subiram por toda a curva, e o dólar teve dia indefinido, porém demonstrando alguma pressão compradora abaixo dos R$ 5,11, o que indica certa cautela dos investidores”, aponta Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora, destacando o desempenho de ações como Vale e Banco do Brasil para que o Ibovespa encerrasse o dia no positivo. No fechamento do câmbio, o dólar à vista ficou em R$ 5,1121, praticamente estável (+0,02%), entre mínima de R$ 5,0869 e máxima de R$ 5,1429 nesta quinta-feira.
Após indecisão no começo da tarde, quando oscilou pontualmente para o negativo, o Ibovespa conseguiu se firmar em alta e retomar o nível de 113 mil pontos, mantido também no fechamento, acompanhando a alguma distância a melhora de humor em Nova York, onde os ganhos chegaram a 1,67% (Nasdaq) no encerramento do dia.
Na ponta positiva do índice da B3, destaque nesta quinta para Alpargatas (+10,06%), Azul (+5,62%), Gol (+5,49%), Petz (+5,00%), Natura (+4,00%) e Magazine Luiza (também +4,00%), com Energisa (-2,77%), Eletrobras PNB (-1,78%) e Cemig (-1,71%) puxando o lado oposto. Com avanço entre 19% e 21% até aqui no mês, e superior a 74% no ano – bem à frente de outras blue chips e do próprio Ibovespa -, Petrobras ON e PN tiveram leve realização de lucros no fechamento, após terem acentuado perdas acima de 2% no começo da tarde, levando então o índice a transitar para o negativo.
Dólar fecha estável com mercado à espera de discurso do presidente do Fed
O dólar terminou a quinta-feira, 25, praticamente estável, com o mercado em compasso de espera pelo discurso do presidente do Federal Reserve (o banco central dos EUA), Jerome Powell, no Simpósio de Jackson Hole, na sexta-feira, 26. Do aguardado discurso os investidores querem extrair pistas sobre os próximos passos da autoridade monetária na sua política de juros.
Em meio à expectativa, operadores informaram que movimentos do comércio exterior acabaram por exercer maior influência sobre as cotações, o que justificaria a instabilidade vista desde o período da manhã.
No fechamento do dia, o dólar à vista ficou em R$ 5,1121, com ganho de 0,02%. No mercado futuro, a divisa para liquidação em setembro recuava 0,11% às 17h19, aos R$ 5,1185. Já o Dollar Index (DXY), que mede a variação do dólar ante uma cesta de seis moedas fortes, apresentava baixa de 0,25%.
Na mínima do dia, registrada pela manhã, o “spot” chegou aos R$ 5,0869 (-0,48%). Na máxima, também no período matutino, bateu R$ 5,1429 (+0,62%). Segundo operadores, essa faixa de oscilação é formada pela atratividade do dólar quando a cotação cai abaixo de R$ 5,10 e o acionamento das ordens de venda quando a divisa supera os R$ 5,12.
Segundo Elson Gusmão, analista de câmbio da Ourominas, compras realizadas por importadores contribuíram para a maior pressão no período da tarde, mas ocorreram de maneira pontual. “O que predominou foi mesmo a expectativa em torno do simpósio de Jackson Hole, uma vez que amanhã a fala de Jerome Powell deverá mexer com os mercados”, afirma.
Para Ideaki Iha, operador de câmbio da Fair Corretora, o clima de cautela não se restringe apenas ao discurso de Powell, mas também por conta de diversos drivers potenciais que estão presentes no cenário.
“Provavelmente o discurso do presidente do Fed não vai trazer as respostas que o mercado espera. Ainda há muitos dados econômicos a serem divulgados até a reunião de política monetária em setembro”, disse o profissional.
Pela manhã, os destaques ficaram com indicadores da economia norte-americana. A segunda revisão do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA mostrou contração a ritmo anualizado de 0,6% no segundo trimestre, pior que a previsão dos analistas (-0,5%), mas melhor que o encolhimento de 0,9% na primeira prévia do indicador. A inflação medida pelo PCE foi revisada para cima, à taxa anualizada de 7,1% no segundo trimestre e o núcleo avançou a 4,4% na mesma base comparativa. (Estadão Conteúdo)
Fonte: O tempo


