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Rondônia, quinta, 19 de setembro de 2024.




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Mapa da Desigualdade: locais vizinhos no Rio possuem 23 anos de diferença na expectativa de vida


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A favela da Rocinha e o bairro de São Conrado, na Zona Sul da capital fluminense, são dois locais praticamente “colados”. No entanto, seus moradores têm uma diferença de mais de duas décadas na expectativa de vida. Não é difícil deduzir em qual deles a estimativa é menor: cidadãos que moram na Rocinha podem viver 23 anos a menos do que seus vizinhos.

O dado consta no Mapa da Desigualdade 2020, divulgado nesta quarta-feira pela Casa Fluminense, organização que estuda políticas públicas para a redução das desigualdades na Região Metropolitana do Rio de Janeiro.

A publicação reúne 40 indicadores que retratam os desafios socioeconômicos da vida urbana em 22 municípios a partir de dados públicos.

Da cidade de Niterói vem outro exemplo de como a fragilidade provocada pelo abismo econômico e social tem não apenas endereço certo, mas cor também. A população negra morre 13 anos mais cedo na comparação com a população branca na cidade.

O coordenador da pesquisa, Vitor Mihessen, afirma que os dados reforçam como a desigualdade é extremamente mórbida para as camadas mais vulneráveis.

Na área de segurança, o estudo é mais um que reforça a letalidade das polícias sobre a população negra. A publicação mostra que 81% das mortes por intervenção policial na capital fluminense são de pessoas pardas ou pretas. Em cinco municípios do Grande Rio essa taxa chega a 100%.

Segundo Mihessen, os números denunciam políticas que favorecem a lógica da morte, aplicadas principalmente contra a população negra.

Ainda na área da violência e segurança pública, o estudo mostra que dentre os 22 municípios da Região Metropolitana, apenas sete têm delegacias especializadas no atendimento à mulher. Recurso de alta relevância frente ao aumento de casos de feminicídios e agressões – ainda mais em tempos de isolamento social em que estatísticas apontam para uma subnotificação dessas ocorrências.

 

O mapa ainda traz o panorama da desigualdade em outros temas. Na saúde, a publicação mostra, por exemplo, que o município de Japeri estava sem nenhum tipo de leito hospitalar público até 2019, e das cidades que têm, São João de Meriti é a que pior cobria sua população, com dois leitos a cada 10 mil habitantes.

Na educação, entre os 22 municípios da Região Metropolitana, só a capital fluminense atingiu a nota média do Ideb 2017 das cidades brasileiras.

Sobre saneamento básico, o estudo aponta nove municípios não tem coleta e tratamento de esgoto e em 14 cidades, a coleta seletiva não está disponível.

Fonte: Ag. Brasil

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