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Servidores do BC vão dar trégua na greve até a primeira semana de maio
Os servidores do Banco Central decidiram dar um voto de confiança ao presidente do órgão, Roberto Campos Neto, e com isso suspender temporariamente a greve. Cerca de 60% dos funcionários estão de braços cruzados desde 1º de abril.
De acordo com comunicado divulgado pelo presidente do Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central (Sinal), Fábio Faiad, os servidores vão dar um prazo de duas semanas, até o dia 2 de maio, para que nova proposta seja feita pelo governo do presidente Jair Bolsonaro (PL).
“Até lá, daremos uma pausa na greve e estaremos em operação-padrão e em paralisações diárias de 14 às 18h, aguardando um posicionamento oficial do governo. Se nada for oferecido oficialmente, a greve será retomada automaticamente a partir de 3 de maio”, anunciou Faiad.
O que motivou a greve dos servidores do BC?
Os funcionários do BC reivindicam reajuste salarial para recomposição das perdas inflacionárias e reestruturação de carreira. Na assembleia desta terça-feira (19), decidiram abrir mão de pleitear um reajuste de 27% no primeiro semestre de 2022.
A proposta ensaiada pelo governo federal, divulgada pela imprensa, é de conceder um reajuste linear de 5% para todos os servidores, mas não foi oficializado. A possibilidade de aumento salarial ajustado à inflação provocou insatisfação generalizada, incluindo nas carreiras policiais.
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Faiad informou ainda que Campos Neto garantiu atender a dois pontos da pauta não-salarial, mas pediu confidencialidade. Campos Neto também se comprometeu a conseguir reunião com o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, ainda neste mês de abril.
“Nós declaramos que 5% são insuficientes, apresentamos uma contraproposta abrindo mão de que o reajuste de 27% seja no primeiro semestre de 2022, permitindo que a Medida Provisória tenha validade apenas a partir de 1/7/2022, e, além disso, cobramos novamente o atendimento integral à nossa pauta não salarial”, informou em nota Faiad.
O movimento dos grevistas do BC já causou impactos no mercado financeiro. Pela terceira semana consecutiva, não houve divulgação do Boletim Focus, que toda segunda-feira faz uma análise financeira do mercado. Faiad informou que ainda não é possível prever quando o Boletim Focus voltará a ser divulgado.
As próximas reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom) e do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), marcadas para maio, também devem ter a preparação afetada.
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Fonte: O tempo


