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Rondônia, quinta, 10 de outubro de 2024.




Nacional

Indígenas se articulam em campanhas para ampliar participação no Legislativo


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Delegações de indígenas representando 120 povos de todas as regiões do país começaram a chegar em Brasília desde o último sábado (2) para se reunir no Acampamento Terra Livre (ATL), evento anual que ocorre em abril, conhecido como o mês indígena, e está em sua 18ª edição.

Segundo os organizadores do ATL, estima-se que já se encontram na capital federal mais de 6 mil indígenas nesta terça-feira (5), com expectativa de alcançar 8 mil até a próxima quinta-feira (14), quando se encerra o evento.

Na edição deste ano, o tema do ATL é “Retomando o Brasil: Demarcar Territórios e Aldear a Política”, com o propósito de apresentar pré-candidaturas indígenas e mobilizar para a ampliação da participação dos indígenas na política, com foco na Câmara dos Deputados e Legislativos estaduais.

Kerexu Yxapyry, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas (Apib) e da Comissão Guarani Yvyrupa (CGY) é uma dessas pré-candidatas ao parlamento federal.

“Decidi me lançar candidata a deputada federal pelo Estado de Santa Catarina para dar mais visibilidade para a nossa luta. Eu não sabia sobre política partidária. Dentro do PSOL foi onde aceitaram minha proposta de que minha luta vai ser pela demarcação de terra e pelos direitos indígenas”, frisou Kerexu, em entrevista para O TEMPO.

“Eu sabia tratar de educação e de direitos, mas não sabia sobre demarcação de terras. Minha indicação para cacica era para defender nosso território, que naquele momento era contestado pelo Estado”, relata a liderança, que habita a Terra Indígena Morro dos Cavalos, em Santa Catarina.

Segundo Kerexu, na aldeia onde mora havia pouca participação das mulheres nas decisões políticas, e por isso ela começou a mobilizá-las. “A partir daí fui indicada para ser cacica da aldeia, atuei por cinco anos como cacica”, lembra a liderança, que é reconhecida pelo movimento indígena como representante do povo Guarani.

À medida que ganhava experiência na atuação política da aldeia, passou a viajar para Brasília com o objetivo de reivindicar a proteção de seu território junto à Funai, ao Ministério da Justiça e ao Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com Dinamam Tuxá, advogado e coordenador executivo da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB), sendo ano eleitoral, a construção de uma agenda política voltada para as campanhas de candidatos à Câmara dos Deputados não poderia ficar de fora do ATL.

“Nesse momento o Congresso Nacional tem criado leis que ferem os direitos dos povos indígenas e dos nossos territórios. Esse debate tem que ser ampliado para que possamos alcançar o nosso pleito, que é eleger mais parlamentares indígenas para defender, proteger e articular os direitos dos povos indígenas no Congresso Nacional”, reforçou o advogado.

Ele faz referência ao Projeto de Lei (PL) 191/2020, que aguarda votação no plenário da Câmara dos Deputados. A proposta libera a exploração de territórios indígenas para a mineração e construção de hidrelétricas. Nesta terça-feira, pela manhã, foi lançada no ATL a Carta Aberta contra esse PL.

“Temos um pré-candidato indígena na Bahia, que é o Aruã Pataxó. Foi lançada também a campanha da Sônia Guajajara, do Kretã Kaingang no Sul, da Joenia Wapichana no Norte, além de outros candidatos. São candidaturas que já nos representam. Mesmo não votando nesses estados, estaremos caminhando juntos para conquistar esses votos e garantir que esses indígenas sejam eleitos”, frisou ainda Dinamam.

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Fonte: O tempo

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