Bolsonaro usa guerra para alarmar risco de morte dos brasileiros pela fome

O presidente da República Jair Bolsonaro (PL) voltou a instrumentalizar o contexto de guerra na Ucrânia para defender a exploração de terras indígenas, visando extração de potássio para produção de fertilizantes do agronegócio.

Na live desta quinta-feira (17) ele foi além e chegou a desenhar um cenário em que, se não for aprovado o projeto de lei que tramita na Câmara dos Deputados e libera mineração em território indígena, haverá fome generalizada no Brasil.

“Aqui no Brasil, dada a crise, se potencializou votar um projeto de lei permitindo exploração de minérios em terras indígenas. Tem que entender uma coisa, se faltar potássio, teremos um baque na agricultura brasileira. O primeiro baque é o que? Queda de produtividade. O segundo é na produção, segurança alimentar em risco”, disse.

Em seguida, Bolsonaro comparou esse cenário à fome que causou a morte de milhões de ucranianos entre os anos de 1931 e 1933 por causa do regime soviético totalitário de Joseph Stálin.  

“Vocês sabem o que aconteceu na Ucrânia décadas atrás, a questão do holodomor. Ou seja, se retirou a comida dos ucranianos às vésperas do inverno. Eu não sei quantos, centenas de milhares morreram de fome. Não é diferente no mundo se faltar alimentação, e não podemos esquecer que o Brasil alimenta mais de um bilhão de pessoas fora aqui da nossa divisa”, declarou Bolsonaro. 

No caso da Ucrânia, Stalin provocou intencionalmente o genocídio daquela população porque foi um dos únicos povos que resistiram à política de repassar obrigatoriamente grande parte da produção de alimentos do país para Moscou, capital da ditadura soviética.

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