Nacional
Ex-chanceler Ernesto Araújo critica neutralidade de Bolsonaro frente à guerra
Ex-ministro das Relações Exteriores do governo de Jair Bolsonaro (PL), Ernesto Araújo publicou em suas redes sociais críticas contundentes à neutralidade defendida por Bolsonaro frente à guerra iniciada há uma semana entre Rússia e Ucrânia.
Na avaliação do ex-chanceler, o presidente da República está reproduzindo a “desinformação russa” em seus discursos e demonstrando preferência pelo governo de Vladimir Putin, mandatário russo.
“A Rússia está plantando, obviamente, desinformação no ocidente para desviar a atenção do fato central, que é uma agressão da Rússia à Ucrânia, naquilo que é claramente uma guerra de conquista”, declarou Araújo, em vídeo publicado na terça-feira (1°). “O presidente está reproduzindo e validando desinformação russa”.
Veja a publicação de Ernesto Araújo:
Na prática, a posição do Brasil frente à guerra na Ucrânia não tem sido de neutralidade, e sim pró-Rússia. Os argumentos políticos e comerciais usados para justificar simpatia à Rússia e indiferença à Ucrânia não se sustentam.
Novo vídeo no Logopolítica:https://t.co/s9VuctI5kq pic.twitter.com/YMuwhhCOir
— Ernesto Araújo (@ernestofaraujo) March 1, 2022
No mesmo vídeo, Araújo também censurou a declaração de Bolsonaro sobre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky. No domingo (27), o chefe do Executivo brasileiro afirmou que “o povo [ucraniano] confiou a um comediante o destino de uma nação”.
“A disparidade de comentários que o presidente [Bolsonaro] fez sobre Putin e Zelensky é imensa. Não há qualquer neutralidade nesses comentários”, considerou Araújo. “Ele [presidente Bolsonaro] parece reconhecer apenas a legitimidade dos pleitos russos”, acrescentou.
O ex-chanceler se demitiu do governo em março de 2021, após ter feito diversas manifestações contra o governo chinês e organismos multilaterais, como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e a Organização das Nações Unidas (ONU).
Dedicado seguidor de Olavo de Carvalho, Araújo qualificava as políticas dessas organizações como “globalismo”, o qual ele dizia combater ao construir uma diplomacia alinhada unicamente com os Estados Unidos do ex-presidente Donald Trump, além de Arábia Saudita e Israel.
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Fonte: O tempo