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Rondônia, terça, 01 de outubro de 2024.




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De férias em Petrópolis, mineiro de Juiz de Fora está entre desaparecidos


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Aproveitando o mês de descanso no trabalho na casa de sua avó, em Petrópolis, na região Serrana do Rio, Gabriel de Mello Soares, de 19 anos, morador de Juiz de Fora, na Zona da Mata, está entre as mais de 116 pessoas desaparecidas após o forte temporal da última terça-feira (15), que deixou 117 mortos até agora.

A reportagem de O TEMPO conversou nesta quinta-feira (17) com Jéssica Mello, de 26 anos, que é tia do jovem. Ela conta que ele trabalha em uma loja de brinquedos de um shopping da cidade mineira e resolveu passar o mês das férias na casa da avó, visitando o pai, tios e primos que moram na cidade do Rio de Janeiro.

“Na hora da chuva ele estava em casa, pelo que o pai dele passou para a gente. Estavam todos lá, inclusive tem uns primos dele que conseguiram ser resgatados bem rápido, mas ele não deu tempo. A família mora na Vila Felipe e, da casa da avó dele para baixo, desmoronou tudo”, lembra a tia de Soares.

Em Petrópolis há duas semanas, o jovem voltaria para Juiz de Fora no fim do mês. “Tem sido muito difícil, a gente é muito unido e está sendo agonizante ficar sem saber…”, conta, com a voz embargada, Jéssica.

Jovem sonhava em viver da música

Descrito pela tia como responsável, prestativo e muito família, Soares trabalha na loja para se sustentar, mas sonha mesmo em ser cantor de TRAP e viver da música.

“Ele gosta muito de cantar, fazer mixagens, como ele fala. O sonho dele é viver de música. Na internet, ele gosta de usar o sobrenome, Soares, como nome artístico. É um menino bom, muito família, apegado aos irmãos, e sempre muito prestativo. Recentemente ele fez inclusive um vídeo clipe de uma música e estava muito feliz”, diz a tia emocionada.

No YouTube, a página de Soares conta com oito músicas publicadas, inclusive um album com quatro canções chamado “Armas e Rosas”. A última música divulgada por ele na rede social, em dezembro de 2021, chamava “Antes de eu morrer”.

“Antes de eu morrer, o melhor dessa vida eu quero viver. Sem medo de arriscar, mesmo sabendo que eles querem me afundar. Já fiz minha mãe chorar, hoje ela me ouviu na rádio eu fiz ela dançar. Nem sempre foi assim, mas já falei, um monte de vez, que eu nasci pra brilhar”, diz a canção.

Escute a música aqui:

A tragédia

Até o momento, ao menos 110 pessoas, incluindo 13 menores de idade, morreram devido ao forte temporal que atingiu na tarde de terça-feira a cidade de Petrópolis. O grande volume de chuva causou inundações, enxurradas e deslizamentos em diversas partes do município.

Foram resgatadas com vida, até a tarde desta quinta-feira (17), 24 pessoas. A Delegacia de Descoberta de Paradeiros (DDPA) da Polícia Civil do Rio de Janeiro já registrou ao menos 130 desaparecimentos.

Os pontos de apoio da prefeitura de Petrópolis, montados para atender as vítimas do temporal, estão recebendo equipes da DDPA para registrar os desaparecimentos. Para auxiliar na localização, é preciso informar o nome completo da pessoa desaparecida; número da identidade, caso disponível; as características físicas e a roupa usada.

Cerca de 200 policiais, entre peritos legistas e criminais, papiloscopistas, técnicos e auxiliares de necropsia e servidores de cartório, atuam no apoio terrestre e aéreo no município. Duas aeronaves da instituição auxiliam a Defesa Civil na busca por desaparecidos, pontos de deslizamentos e resgate às vítimas.

Fonte: O tempo

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