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PRF diz que 67 tentativas de bloqueios nas rodovias federais já foram reprimidas
Caminhoneiros realizaram paralisações em trechos de rodovias em oito estados nesta quarta-feira (8), um dia após os atos convocados pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
No fim da tarde, por volta das 17h30, foram registrados pontos de concentração na Bahia, no Espírito Santo, em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, no Paraná, Maranhão e Rio Grande do Sul, de acordo com o Ministério da Infraestrutura.
A PRF (Polícia Rodoviária Federal) diz que a tendência de fim das mobilizações é a 0h de quinta (9).
“Ao todo, já foram debeladas 67 ocorrências com concentração de populares e tentativas de bloqueio total ou parcial de rodovias durante as últimas horas”, disse.
Em Santa Catarina, a PRF comunicou no fim da tarde desta quarta bloqueio em 22 pontos, atingindo praticamente todas as regiões do estado. A situação já começou a afetar a distribuição de combustíveis.
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Até as 17h, cerca de 30 postos da região norte de SC, onde fica Joinville, a cidade mais populosa do estado, relataram falta de gasolina e diesel nas bombas, segundo levantamento do Sindipetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Santa Catarina).
A região é abastecida por distribuidoras em Guaramirim e Itajaí, cidades com pontos de paralisação de caminhoneiros, e os postos estão sem receber combustíveis desde a manhã desta quarta.
Segundo a pasta, os protestos não se limitam às demandas ligadas à categoria.
Os protestos não afetam, até o momento, o escoamento de produtos agrícolas como grãos, disse à Reuters a Anec (Associação Nacional dos Exportadores de Cereais), por meio da assessoria de imprensa.
A administração portuária de Paranaguá (PR) afirmou que não há sinais de caminhoneiros atrapalhando o fluxo de cargas para o porto até o momento. Já o Instituto Brasileiro de Petróleo e Gás (IBP) diz que acompanha os “bloqueios pontuais”.
A categoria estava dividida quanto aos atos de raiz golpista do 7 de Setembro. Motoristas independentes decidiram aderir, mas sem o apoio formal de entidades. Líderes da categoria que costumam atuar em mobilizações não acreditam que possa ocorrer uma paralisação nesta semana, conforme o jornal Folha de S.Paulo.
Para eles, as pautas defendidas nas manifestações não diziam respeito aos pleitos do grupo, por isso não houve incentivo à adesão.
O embate do presidente Jair Bolsonaro com o STF (Supremo Tribunal Federal) tem apoio nesse grupo. Há três ações diretas de inconstitucionalidade propostas por ruralistas e por transportadoras que ainda não foram julgadas pela corte. Elas questionam a política nacional de piso mínimo, implementada por meio de lei durante o governo Michel Temer (MDB).
Fonte: O tempo