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Rondônia, terça, 08 de outubro de 2024.




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Comunidades indígenas ficam isoladas por seca no rio Pacaás


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O rio Pacaás em Rondônia secou e deixou pelo menos 10 comunidades indígenas isoladas em Guajará-Mirim (RO), já que a único meio de acesso, o rio, se tornou inavegável. A seca extrema tem afetado diretamente a chegada de mantimentos e atendimento à saúde.

“Não temos combustível, remédios, nem alimentos. Vivemos no isolamento e isso tem se tornado insustentável”, relata Adriano Cabixi, liderança de Pedreira, uma das comunidades afetadas.

Por causa da seca, o trajeto que antes durava 7 dias (ida e volta) de barco até a cidade de Guajará-Mirim (RO) passa a ser feito em 18 dias. Isso porque em boa parte do caminho eles precisam ir a pé, arrastando a embarcação.

O cenário crítico fez com que os moradores de Pedreira viajassem por seis dias até chegar na zona eleitoral mais próxima. No entanto, muitos não possuem embarcações e recursos suficientes para fazer a viagem. Mais de 20 pessoas ficaram sem votar.

As quatro comunidades já enfrentaram desafios relacionados a eventos extremos em anos anteriores. Em 2023, elas foram atingidas por uma enchente histórica que destruiu plantações e forçou muitas famílias a deixarem suas casas. Em 2024 eles passam pela maior seca de Rondônia.

No dia 26 de setembro, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou à Secretaria Municipal de Trabalho e Assistência Social (Semtas) de Guajará-Mirim que fizesse a entrega ao corpo de bombeiros, de forma imediata, das cestas básicas destinadas às quatro comunidades indígenas isoladas.

A medida foi necessária porque a entrega das cestas geralmente são feitas na presença de assistente social da secretaria. No entanto, o mesmo helicóptero que faz a entrega está empenhado em auxiliar nos incêndios florestais que destroem o Parque Estadual Guajará-Mirim há mais de dois meses e é necessário otimizar o serviço e a quantidade de pessoas dentro da aeronave.

Pedreira, São Luís, Laranjal e Cristo Rei são algumas das comunidades afetadas.

Segundo o Ministério Público Federal (MPF), a secretaria informou que atende 175 pessoas de 38 famílias indígenas das quatro aldeias cercadas pelo rio Pacaás.

Após a recomendação do MPF, 106 cestas básicas foram entregues nas comunidades com o auxílio de um helicóptero do Governo do Estado.

Outras 7 Comunidades aguardam por assistência enquanto enfrentam o isolamento por causa da seca no rio Pacaás. As aldeias de Ocaia 3, Castanheira, Rio Negro Ocaia, Palhal, Komí Wawan, Pantirop e Piranha, que abrigam 100 famílias indígenas, denunciam falta de auxílio da prefeitura de Guajará-Mirim.

Até o momento a Prefeitura de Guajará-Mirim e a Funai, não se manifestaram sobre o caso.

*Com informações do G1 Rondônia

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