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7 de setembro levou multidão às ruas de BH, SP, Rio e Brasília


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A comemoração do Bicentenário da Independência neste 7 de Setembro se misturou com atos de campanha do presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). A “mistura” já era esperada, pois o presidente convocava há semanas pessoas para participarem das comemorações. 

A menos de um mês do primeiro turno das eleições, os eventos serviram para o presidente acenar aos seus apoiadores em diversos temas, como religião, corrupção e legalização do aborto e drogas. Houve ainda críticas indiretas ao ex-presidente Lula (PT), principal adversário na corrida ao Planalto. 

No quesito mobilização, Bolsonaro conseguiu o intento e reuniu dezenas de milhares de pessoas em Brasília, no desfile oficial; no Rio de Janeiro, na mistura entre evento oficial, motociata, discurso de campanha; em São Paulo, onde ele não esteve presencialmente, e em Belo Horizonte, onde a praça da Liberdade ficou lotada. Outras capitais e grandes cidades pelo país também tiveram mobilizações de campanha a favor de Bolsonaro.

A grande expectativa do 7 de Setembro era justamente como Bolsonaro iria se comportar. Se no ano passado o presidente fez críticas contundentes contra o Supremo Tribunal Federal (STF) – chegou a chamar o ministro Alexandre de Moraes de “canalha” – e às urnas eletrônicas, neste ano os discursos focaram no principal adversário, o ex-presidente e candidato ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), realizações de governo e pauta conservadora. 

No caso do principal rival, Bolsonaro disparou: “Falo palavrão, mas não sou ladrão”. O presidente não citou o nome do petista, mas o chamou de “quadrilheiro de nove dedos”. Isso não quer dizer que não houve críticas ao STF, mas elas foram indiretas, sem citar o órgão ou alguém. As referências eram “completadas” pelos apoiadores que participavam dos atos, que diziam o nome de ministros ou pediam o fechamento do Supremo.

“É obrigação de todos jogarem dentro das quatro linhas da Constituição. Com a minha reeleição, nós traremos para as quatro linhas todos aqueles que ousam ficar fora dela”, disse o presidente. A fala foi interpretada como um recado para as Cortes superiores, pois a expressão já tinha sido utilizada em outros momentos de confronto.

Em Brasília, ao tentar dar protagonismo para a mulher Michelle, Bolsonaro levou ela no carro aberto, deu o microfone para ela discursar e, depois de afirmar que é “imbrochável”, deu um beijo na primeira-dama. No desfile cívico-militar, Bolsonaro teve a companhia de amigos e aliados, como o empresário Luciano Hang, candidato ao Senado por Santa Catarina. Hang é um dos empresários que sofreram operação da Polícia Federal motivada por trocas de mensagens que se admitia uma solução não-democrática no país caso Bolsonaro não fosse reeleito. Ele e outros empresários tiveram bloqueio de contas e estão sem as redes sociais. 

“Hoje estive com os empresários acusados de golpistas. Pelo amor de Deus. Eles tiveram a privacidade violada. Queremos que os empresários e que vocês tenham liberdade para decidir o seu futuro”, afirmou. 

Sob outra ótica, o evento em Brasília transpareceu o isolamento político do presidente, já que representantes dos outros dois Poderes, Legislativo e Judiciário, não compareceram. Os presidentes do Senado (Rodrigo Pacheco), da Câmara (Arthur Lira), e do Supremo Tribunal Federal (Luiz Fux) foram convidados, mas não estiveram ao lado do chefe do Executivo nos palanques.

No Rio de Janeiro, Bolsonaro fez o roteiro que se tornou tradicional: desceu do avião, cumprimentou apoiadores, desfilou de carro aberto e participou de uma motociata.  Ao chegar em Copacabana, subiu num carro de som e concentrou seu discurso no ataque às esquerdas, fazendo comparações com os países que possuem governos de esquerda.

“Compare o Brasil com a Argentina, a Venezuela e a Nicarágua. Eles são amigos do quadrilheiro que disputa a eleição. Esse tipo de gente tem que ser extirpado da vida pública, teremos um governo muito melhor com a nossa eleição”, afirmou.

Veja como foi o ato em Brasília

Bolsonaro começou a manhã reunindo ministros, aliados e empresários no Palácio da Alvorada para um café. Ali, afirmou que a liberdade da população está “em jogo” e alertou sobre o risco de “a história repetir”, se referindo a “momentos difíceis” da história como em 1964, ano do golpe militar. 

O presidente acompanhou o desfile cívico-militar e fez discurso considerado “ameno” em comparação a outros momentos. Desta vez, Bolsonaro não criticou diretamente ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Eventuais críticas e ataques ficaram à cargo dos apoiadores com faixas e cartazes. 

Bolsonaro estava ao lado da primeira-dama Michelle Bolsonaro; do general Braga Netto (PL), candidato a vice na chapa de Bolsonaro; e do presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa. 

Também chamou a atenção a presença do empresário Luciano Hang, dono das lojas Havan e é um dos alvos de investigação no STF por supostamente planejar um golpe de Estado caso o candidato não seja reeleito.

Veja como foi o ato em Belo Horizonte

Mantendo a tradição da escolha do local, eleitores de Bolsonaro se reuniram na Praça da Liberdade, região Centro-sul de Belo Horizonte, para demonstração de apoio à reeleição do presidente. Mesmo sem a presença do chefe do executivo nacional, o ato serviu de palanque para comício de candidatos bolsonaristas de Minas.

Entre os principais nomes ligados ao presidente, o candidato ao governo de Minas Carlos Viana (PL), o postulante ao Senado Cleitinho (PSC) e o vereador e candidato a deputado federal Nikolas Ferreira discursaram inflamando o público.

Assim como o discurso adotado por Bolsonaro no Rio de Janeiro (RJ), anticomunismo, repúdio ao aborto, à legalização das drogas, à ideologia de gênero, e na defesa da família e da liberdade foram o foco na capital mineira 

Com o uso de, pelo menos, cinco trios elétricos no local, gritos contra o candidato à Presidência Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o Partido dos Trabalhadores (PT) ecoaram entre os manifestantes.

Fonte: O tempo

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