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Rondônia, quarta, 09 de outubro de 2024.




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3 momentos em que Stranger Things nos ensina sobre saúde mental


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[CONTÉM SPOILER !!]

Stranger Things chegou ao fim de sua quarta temporada com enorme sucesso em todo o Brasil. No entanto, uma das séries mais aclamadas dos últimos tempos não vive só de uma abordagem lúdica. Mais do que isso, a cada episódio é possível identificar momentos que apontam para um grande aprendizado sobre transtornos mentais. 

Segundo a Karina Lima, psicóloga e PhD em saúde mental da IVI, aplicativo que utiliza inteligência artificial para fazer a prevenção ativa a doenças mentais e promoção à saúde em ambientes corporativos, a série aborda questões como bullying, ansiedade, depressão, transtorno pós traumático, entre outros sintomas relacionados à saúde mental de um indivíduo.

“Muito além da ação, suspense e efeitos especiais, Stranger Things traz muitos exemplos de transtornos mentais. Isso nos traz uma série de reflexões. De maneira lúdica, o autor mostra que nossas fraquezas e medos podem se virar contra nós. No caso do programa, a mente daqueles mais debilitados mentalmente é surpreendida pelo domínio de um monstro. E se trouxermos para o contexto real, os problemas relacionados à saúde mental podem sim, ser os nossos monstros”, afirma.

Confira abaixo três exemplos que Karina separou para a Bússola de momentos em que a série trata de assuntos relacionados à saúde mental.

Chrissy é dominada mentalmente por “Vecna”

Apesar de aparentar ter uma vida perfeita, a popular  líder de torcida na escola Chrissy estava totalmente dominada por pensamentos negativos envolvendo sua mãe e seu pai. Isso fica ainda mais nítido quando ela aparece vomitando no banheiro da escola e ouve a voz da sua mãe. O fato de Chrissy ter uma vida aparentemente perfeita não significa que ela era feliz. Tanto é que ela procura o personagem de Eddie para comprar drogas em uma tentativa de aliviar toda aquela angústia mental. É possível que ela tenha tido traumas familiares, que foram parcialmente supridos pela popularidade na escola, mas na verdade ela apresentava um quadro de bulimia e depressão. Um dos sintomas relacionados à depressão é a busca por drogas e álcool em uma tentativa de alívio, essa relação direta é um dos maiores agravantes de saúde entre a população, sobretudo entre adolescentes e jovens. O uso de substâncias ilícitas pode abrir caminho para a evolução dos problemas depressivos. O ideal é reconhecer a necessidade de pedir ajuda e de procurar um suporte profissional principalmente com técnicas de comportamento (TCC).

Eleven sofre bullying em uma apresentação em sala de aula

Quando Eleven apresenta um trabalho em sala de aula, os outros alunos tiram sarro e fazem comentários inapropriados. Isso causa uma grande frustração na personagem. Os ataques seguem no intervalo, quando um dos estudantes derruba a sua maquete, pisa em cima e se junta a outros colegas para rir dela. Em ambos os casos existe um ataque emocional direcionado a Eleven. Mais conhecido como bullying, este tipo de comportamento inadequado focado em uma pessoa pode gerar sérios danos mentais na fase adulta de um indivíduo. O bullying sofrido na adolescência pode ser a causa da depressão em cerca de 30% dos adultos que sofrem com o distúrbio. A afirmação é de uma pesquisa realizada pela Universidade de Oxford, no Reino Unido, que, embora tenha apresentado limitações, conseguiu encontrar uma ligação entre os dois problemas em diferentes fases da vida.

Max se fecha para o mundo e foge dos amigos

Max viu seu irmão Billy morrer nos seus braços na terceira temporada. Isso causa uma grande ansiedade na personagem, que aparece na quarta temporada totalmente isolada do mundo.  Em relação às cinco fases do luto (negação, raiva, barganha, depressão e aceitação), que são amplamente divulgadas, é difícil enquadrar qualquer paciente em uma delas, pois às vezes ele pode passar por todas as fases ao mesmo tempo ou simplesmente não passar por nenhuma. Max ignora os amigos e termina seu relacionamento com Lucas, recusando a ajuda de seus amigos ou até mesmo da terapeuta da escola. Quando por algum motivo o indivíduo não consegue passar por essas fases, ele entra no chamado “luto complicado”. Geralmente, isso acontece com pessoas que perderam entes de maneira abrupta, como no caso de Max. Assim todos pensamentos e atos estarão associados à perda, a pessoa não consegue se desligar. Por isso é importante um acompanhamento clínico e uma escuta ativa, tratamento psicológico e psiquiátricos em conjunto para chegar à raiz do luto. Ir descolando essas capas que a pessoa coloca para se proteger da dor.

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Fonte: Exame

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